segunda-feira, 6 de julho de 2009

Poluição volta a dizimar peixes no Alviela


A poluição voltou a matar no rio Alviela. A meio da semana passada surgiram centenas de peixes mortos, entre barbos, carpas, bordalos, e também algumas enguias.

O alerta foi mais uma vez dado na zona de Vaqueiros, concelho de Santarém, e as suspeitas sobre a origem da mortandade recaem novamente sobre o concelho de Alcanena. As chuvadas que se verificaram no fim-de-semana anterior podem ter originado o arrastamento ou derramamento de produtos tóxicos para o rio.
Essa é uma das possibilidades apontadas pelo presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros, Firmino Oliveira, que está cansado de denunciar situações semelhantes ano após ano. “Gostava que fosse a última mortandade no rio e que as obras no sistema de Alcanena não demorassem uma eternidade, como é costume”, afirma o autarca,
Firmino Oliveira espera que o protocolo envolvendo quatro entidades e que prevê a realização de várias intervenções complementares no sistema de tratamento de esgotos de Alcanena mude efectivamente a face ao rio. O investimento estimado é de 21,2 milhões de euros e engloba: a construção de uma unidade de tratamento de resíduos industriais (raspas verdes); a melhoria do sistema de tratamento da ETAR de Alcanena; remodelação da rede de colectores de águas residuais; reabilitação da zona de lamas não estabilizadas; e defesa contra cheias da ETAR de Alcanena.
A defesa do Alviela é uma velha luta do autarca que teve como precioso aliado o actual presidente da Câmara de Santarém, Moita Flores (PSD), que inclusivamente criou o Festival do Alviela para dar visibilidade à causa. Uma iniciativa que teve duas edições e que parece ter ficado pelo caminho. O autarca de Vaqueiros lamenta, considerando que esse festival de música e de sensibilização ambiental continua a fazer sentido mesmo com a resolução dos problemas bem encaminhada.
A mais recente morte de peixes no Alviela levou o deputado do Partidos ecologistas “Os Verdes” Francisco Madeira Lopes a questionar o Governo sobre qual foi a actuação da Administração da Região Hidrográfica do Tejo a fim de recolher amostras, fazer análises, apurar as causas da situação e tentar encontrar os responsáveis. Pergunta ainda que explicações foram ou serão dadas às populações e autarcas ribeirinhos em relação a essa mortandade e que medidas foram tomadas para limpar o rio do peixe morto.
«O Mirante»

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