quinta-feira, 16 de julho de 2009

Primeiro-ministro está a ser desautorizado»

O presidente da Câmara de Constância considerou hoje que o primeiro-ministro está “a ser desautorizado” no processo das obras da Ponte de Constância Sul/Praia do Ribatejo, cujo protocolo para arranque dos trabalhos está por assinar.

José Sócrates, em Outubro de 2008, numa visita à fábrica da Mistsubishi, no Tramagal, considerou as obras naquela ponte "um objectivo da maior importância para a rede regional rodoviária".
Nove meses depois, o autarca António Mendes (CDU) diz que não compreende como é que ainda nem sequer foi assinado o protocolo entre os municípios de Constância, Vila Nova da Barquinha, Refer e Estradas de Portugal, protocolo sem o qual não é possível que as obras arranquem.
“Como é possível que o primeiro-ministro seja desta forma desautorizado por quem deveria cumprir o que lhe foi ordenado?”, questiona o autarca em comunicado, referindo que, da parte, da Câmara de Constância já foi tudo feito para que o processo avançasse e que é o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações que está em falta.
A autarquia aprovou o protocolo em Março deste ano e enviou o documento para o Ministério, de onde ainda não recebeu resposta para a sua assinatura, sem a qual a Estradas de Portugal não pode avançar com o lançamento do concurso público para as obras na ponte.
“Esperemos que não aconteça nenhuma desgraça e que depois não se venham lamentar”, alerta António Mendes, chamando a atenção para a “elevada degradação da ponte” e para o “grande perigo que o seu atravessamento representa para os mais de quatro mil utentes que a utilizam todos os dias”.
“Para quem está longe e não utiliza a ponte, isso pode ser indiferente. Mas não o deveria ser para os governantes que têm tutela nesta matéria”, refere ainda o autarca no comunicado, pedindo ao Ministério das Obras Públicas que, de forma urgente, “assuma as suas responsabilidades neste processo”.
“Sinto-me impotente para fazer mais do que tenho feito”, afirmou o autarca à agência Lusa, referindo que este comunicado público emitido pela Câmara é “um grito de revolta e de alerta de quem considera inadmissível que em pleno século XXI esta situação aconteça”.
Mendes lembra ainda que no próximo mês de Agosto começa a funcionar a nova Central de Biomassa Florestal do Grupo Altri e EDP (Bioléctrica), na margem sul de Constância, onde vão chegar diariamente dezenas de camiões que vão transportar cerca de 400 toneladas de material por dia.
Uma central que significa um investimento de 34 milhões de euros que, para António Mendes, “é colocado em causa” com esta situação.
«Lusa»

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